Na administração municipal de Junji Abe publiquei um artigo enaltecendo a sua atuação, como se fosse um hábil cirurgião plástico a embelezar "a velha senhora provinciana" numa "bela senhora primaveril", enfeitada, em suas praças e rotatórias, com canteiros gramados contendo plantas ornamentais, cercadas de flores multicoloridas, que deram vida e alegria a cidade. 

Valdemar Costa Filho não era afeito a romantismos, mas fez história abrindo duas rodovias que trouxeram o progresso turístico e econômico do município: Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. Atraídos pela fácil   comunicação rodoviária com a capital e o litoral ela foi despertada por um surto industrial e comercial sem precedente, incluindo sua tradicional produção hortifrutigranjeira. 

O aumento populacional fez a construção civil erguer pelos quatro cantos edifícios e condomínios classificados como populares, classe média e alto luxo. A "bela e rica senhora" com os bens adquiridos exigiu estratégia administrativa do prefeito Marco Bertaiolli, auxiliado na assistência social pela primeira dama - a incansável Mara, fôlego para atender a tantas solicitações, sugestões e reclamações. 

Nós que amamos Mogi, agradecemos, também, a capacidade administrativa dos prefeitos que o sucederam, Marcus Melo e Caio Cunha, agregando desse modo mais saúde, educação e riqueza para o município que é destaque entre outros do Alto Tietê, tornando-se lugar de oportunidades para todos que querem trabalhar, crescer e vencer. 

Dezembro de 1966, quando aqui cheguei, não havia a Universidade Mogi das Cruzes ( UMC ), a estrada velha do Rio nos ligava com S. Paulo, a Mineração Jafet ainda usava o trem "Maria-Fumaça", Mogi-Dutra era projeto, Mogi-Bertioga um sonho. Meu fusca tremia nos paralelepípedos, o Tietê transbordava até perto da estação ferroviária, e eu bebia da "água da biquinha", da qual diziam que quem dela bebesse embora não ia – a bica secou e eu fiquei. Parabéns, "bela e rica senhora", pelos seus 463 anos.

 Mauro Jordão é médico.