Minha mulher, algumas vezes, chamou-me à realidade, dizendo: "Não sei por que você perde tempo em ouvir estas músicas ruins e sem graça, se até o fim da nossa vida não vai dar tempo de ouvir o melhor de todas as músicas de qualidade que você colecionou em 50 anos". É verdade, há uma quantidade razoável de discos de vinil, fitas gravadas e CDs que ocupam boa parte das prateleiras da sala de som.
Alegro-me em ver, na igreja, jovens cantando cânticos de louvor com palmas e expressão corporal ao som das guitarras, porém, entristeço-me vê-los calados, indiferentes à letra e à melodia dos hinos inspirados cantados pelos pais, e no passado pelos avós. A música quando toca o coração nunca envelhece.
Grande parte da música contemporânea, gospel ou secular, mais fabricada do que inspirada, pobre de letra e ruim de melodia pode despertar o instinto sensual agressivo, mas não o agradável sentimento de amar.
Ray Conniff em entrevista: "Alguém disse que minhas músicas servem apenas como som ambiente de elevador. Uma moça, disse que, ao ouvir comovida uma das minhas músicas, desistiu do suicídio".
A Renascença foi o período de transição da passagem da Idade Média para a Idade Moderna (séc. XIV à XVI), quando, ainda, na arte produzida pela mente dos grandes artistas e pensadores havia beleza e harmonia de proporção que se igualavam a perfeição da Criação de Deus.
À medida que o homem se distanciou do autor da arte, Deus, ele buscou pelo racionalismo separar a razão da fé. A arte tem refletido sua angústia e ansiedade na forma deformada das obras do início do séc. XX, movimento artístico e cultural denominado Expressionismo.
Francis Schaeffer, diretor da Comunidad L'Abri na Suíça, no seu livro "A Morte da Razão" mostra bem o tipo da arte deturpada na literatura, artes plásticas, música, teatro, televisão e cultura popular pelo homem da razão sem Deus, sem significado, sem a Graça, que busca em desespero deformar, pela mente e pelas mãos, o belo no fantasma da imperfeição.
Mauro Jordão é médico.