O rei Pirro, de Épiro, ao derrotar os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a. C., o seu exército sofreu grandes perdas. Em novo confronto com o exército de Roma, em 219 a. C., foi novamente vitorioso na Batalha de Asculum, ao custo da perda quase total das suas tropas.
A alguém que foi cumprimentá-lo pela vitória, disse: "uma outra vitória como esta estou completamente arruinado". Esta frase se ajusta muito bem na cabeça do Putin diante da resistência ucraniana. Quando usamos, hoje, a expressão "vitória de Pirro" traduz vitória na vida social, esportiva e política que trouxe mais danos do que benefícios, uma luta inglória.
Francis Bacon, filósofo inglês, disse: "quem não quer pensar, é fanático; quem não pode pensar, idiota; quem não ousa pensar, um covarde". O ódio fanático de Putin contra a Ucrânia cresceu desde a sua insatisfação com a queda da União Soviética causada pela renúncia de Mikhail Gorbatchov, no Natal de 1991, devido sua má administração econômica e política. No dia imediato, o Soviete Supremo da URSS declarou o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Putin nunca se conformou com a dissolução da União Soviética.
A fronteira com a Ucrânia o fazia se sentir ameaçado por saber que esse país solicitou o ingresso na Otan, e com isso justifica os meios de destruição praticados contra aquele país, se fazendo de vítima, visando a segurança atual e futura da Rússia. Putin enganou seus próprios soldados que foram convocados para uma operação militar próxima da fronteira da Ucrânia, quando, na verdade, já era declaração de guerra.
Em vez de armas o dialogo de paz entre as nações conflitantes poderia ter evitado toda essa tragédia da invasão e destruição de um país livre. Amós Oz, um dos mais premiados escritores israelenses, disse: "O oposto da paz é fanatismo e morte". Para ele o fanatismo está crescendo porque das coisas complexas se deseja respostas simples: apontar a culpa de alguém, chamá-lo de vilão e convidar um "Putin" para eliminá-lo.
Mauro Jordão é médico