A FEBRE I

A febre pré-eleitoral não é uma lenda urbana, como muitas pessoas podem pensar. Ela é real e costuma se manifestar em todos os locais. Veja, por exemplo, a semana na Câmara de Vereadores de Mogi das Cruzes, onde na terça-feira uma moção de apelo ao governo federal, de autoria do vereador Otto Rezende (PSD) pedindo ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para a implantação de mais escolas cívico-militares suscitou debates durante a sessão. Otto defendeu o modelo, Iduigues Martins (PT) e Inês Paz (Psol) foram os dois votos contrários à moção aprovada.

A FEBRE II

A convocação do secretário de Segurança de Mogi na tarde de quarta-feira não ocorreu sem referências à campanha eleitoral. Houve menções a Guilherme Boulos (Psol) e debates sobre a criminalização de movimentos pela moradia, e até mesmo uma alfinetada sob a mesa a um "ex-vereador que é pré-candidato a deputado estadual", que supostamente estaria apoiando e assessorando as famílias que invadiram uma área ociosa no Oropó, cujo nome não foi mencionado.

O JOGO DA DISCÓRDIA

Zé Luiz (PSDB) e Iduigues reviveram brevemente os tempos de debates acalorados entre PT e o PSDB, que ocorriam num passado recente. Quando Iduigues criticou falas a favor dos desalojamentos no Oropó "por gente que ganha R$15 mil" durante a audiência do secretário municipal de Segurança , Zé Luiz pediu para rebater o colega parlamentar, pedindo respeito para si e para os demais colegas que apoiaram a ação da Guarda Municipal. "Bom, se a carapuça serviu ao Zé Luiz, eu lamento", treplicou o petista.

O VOCALISTA

Que se dê crédito a quem merece: o secretário de Segurança Toriel Sardinha mostrou personalidade nas respostas dadas aos vereadores durante sua convocação à Câmara de Mogi, em um tema sensível como a remoção de famílias sem-teto de uma área de risco. Toriel falou sem atropelos à Língua Portuguesa, sem gaguejar, versando sobre o trabalho de outras secretarias com desenvoltura. Todo gestor público busca um "vocalista" que dê segurança ao resto da banda durante as entrevistas.