Falávamos ontem mesmo sobre a possibilidade deste ser um ano melhor, em razão de um provável arrefecimento da pandemia e das eleições gerais, principalmente para presidente da República. Mas vem um novo aumento dos combustíveis - e que aumento - que parece jogar um balde de água fria nas expectativas.

Em outras circunstâncias, o problema nem seria o aumento dos preços, que acompanha a paridade de preços do dólar, política que vem ocorrendo desde a época do ex-presidente Michel Temer, mas sim o poder de compra do brasileiro. Em outros países, um possível aumento poderia não ser tão desastroso, dado poder de compra de outras nações, algo que para nós está distante da realidade. Só para se ter uma ideia, para encher o tanque de 50 litros com gasolina hoje, no Brasil, a um preço de R$ 6,70, o motorista vai gastar R$ 335, ou seja, mais de um quarto em relação ao salário mínimo, que neste ano está em R$ 1.212.

A economia brasileira está arrebentando com o trabalhador porque, não só apenas os combustíveis aumentaram, como outros aumentos estão por vir. Como tudo é transportado por caminhões neste país, e o diesel pode passar, pela primeira vez, o valor da gasolina, alcançando os R$ 7, esse valor será repassado ao consumidor, desde o pé de alface até a compra de um carro, embora esta seja uma péssima ideia no momento.

Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem afetando o preço do petróleo em todo o mundo, existe a possibilidade de a gasolina bater os R$ 15. Ainda é melhor deixar o carro em casa, porque não terá a menor condição de sair dirigindo por aí.

Algo precisa ser feito, os combustíveis são insumos de primeira necessidade, sem eles não há como locomover o país. Outra que coisa que não é possível esquecer é que o botijão de gás também vai aumentar, então não será apenas quem tem um veículo que deve estar arrancando os cabelos, mas todo o brasileiro que utiliza gás para cozinhar.

Por outro lado, se o etanol não sofrer elevação, ele vai tomar o lugar gasolina como combustível mais em conta para ser utilizado no carro, algo que a gasolina tinha como vantagem até ontem, por um nariz.