Um edital da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), publicado ontem, sepultou, definitivamente, qualquer tentativa de criar um pedágio na rodovia Mogi-Bertioga (SP-88), bom isso ao menos por enquanto, até a hora em que novas ideias surgirem e mudarem tudo novamente.
A decisão de não mais implantar a cabine de cobrança na Mogi-Dutra, algo que não beneficiaria praticamente em nada a cidade, pelo contrário, só cobranças, já havia sido anunciada pelo vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), em dezembro passado.
Essa decisão por parte do governo paulista não foi algo fácil de conseguir. Desde a informação de que a rodovia seria tarifada, houve reclamações por todos os lados e, após muita briga, não só de Mogi, a parte mais interessada, mas de todas as cidades do Alto Tietê, o Executivo estadual recuou da decisão.
Um pedágio na SP-88 não traria benefícios para o município, haveria algumas modificações em algumas ruas que dão acesso à rodovia Mogi-Bertioga, mas, basicamente, Mogi não teria vantagens em ter cobrança de tarifa.
Essa oficialização do fim das tratativas para o pedágio traz duas situações: a primeira delas, e mais nítida, é de vitória para a população de Mogi e região, que precisariam pagar pedágio na SP-88, na Ayrton Senna (SP-70) e na Presidente Dutra (BR-116), ou seja, poderiam ser três cobranças em pouco tempo, mas certamente duas seriam cobradas para quem pegasse a Mogi-Dutra, já que teria que passar, antes ou depois, pela SP-70 ou BR-116.
A segunda é a vontade política. Quem disser que por meio da política não se pode fazer nada, está enganado, pois é justamente por meio dela que podemos construir algo, lutar por ideias melhores, agora, basta querer. Um prefeito sozinho, na luta contra o Estado, não consegue fazer nada, a não ser barulho. Todavia, quando um grupo se junta, como foi o caso do Alto Tietê, com prefeitos, deputados e vereadores, o peso fica muito maior e um bom resultado pode ser alcançado, e foi o que aconteceu.
Tomara que mais vontades políticas possam ser colocadas à prova, mas é preciso união, senão nada dará certo.