Uma reunião realizada ontem de manhã, em Itaquaquecetuba, entre o Consórcio de Desenvolvimentos dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) e representantes das Polícias Militar e Civil buscou tratar da segurança entre os municípios que compõem o bloco regional, principalmente no que diz respeitos às divisas entre as cidades.

Atitude louvável, afinal todos estão cansados de viver sob a égide da violência. Entra ano e sai ano e os índices criminais são quase os mesmos, às vezes com ligeira elevação ou queda, mas o fato é que os números têm pouca alteração significativa e acabam assustando os moradores da região cada vez mais.

Buscar trazer mais policiais para o bloco regional merece aplausos. É preciso colocar o contingente para realizar o patrulhamento das ruas, que são feitos pela Polícia Militar, e mais policiais civis também, para investigação dos crimes que ocorrerem, porque eles sempre vão acontecer.

No outro ponto dessa régua há outros problemas que também precisam ser combatidos, mas de outra forma, que não envolve as polícias, ao menos não do seu modo operacional. O Alto Tietê tem muitos lugares onde a pobreza é grande e parte dessa população, não é a maioria, acaba sendo cooptada pelos criminosos para entrar no esquema dos bandidos. São prometidos uma vida melhor e com bastante dinheiro, para quem sobrevive com pouco e sem esperança de mudanças, fica muito fácil dizer "sim".

É preciso a presença do Estado para modificar isso, com infraestrutura adequada, iluminação e rede de água e esgoto. Isso passa também por boa escola pública, que tire crianças e adolescente das ruas, com boa educação para que possam almejar um futuro melhor.

Evidentemente isso não passa somente pelas prefeituras, são iniciativas que devem ser encabeçadas pelo Estado e pela União para que, não só a nossa região, mas todas as outras, possam se desenvolver e que o crime deixe de ser uma opção para os moradores.

Sempre haverá gente ruim, disposta a matar para conseguir algo, mas uma boa parte pode ser salva com a mudanças que devem ser promovidas pelo poder público.