É inegável que a bicicleta há muito deixou de ser um instrumento de lazer e esporte e se tornou um veículo de locomoção, e, como tal, precisa ser definitivamente integrado aos demais sistemas de transportes.
No Alto Tietê temos algumas vantagens que podem colaborar com essa integração. A primeira delas é o fato de boa parte da região, a mais economicamente ativa, independentemente das cidades, está em um local plano, o que, convenhamos, ajuda muito a quem precisa pedalar.
O segundo é que temos ciclovias em municípios como Mogi das Cruzes, Suzano e Poá, e por último, mas tão importante quanto as outras, é que o Alto Tietê é cortado por duas linhas férreas: as linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o bom é que algumas estações já possuem bicicletário, e as estações que serão reformadas em Itaquaquecetuba também vão receber esse sistema.
O que falta então para que a bicicleta possa ser integrada de vez ao nosso sistema viário, como um todo? Uma das coisas faltantes é, sem dúvida, o incentivo à população para usar esses veículos como transportes dentro das cidades. Ajudaria na saúde dos moradores e o meio ambiente agradeceria, já que a bicicleta não emite resíduos combustíveis. Mas há ainda uma coisa a fazer antes deste incentivo, trabalhar melhor a segurança no trânsito. O ciclista, de uma forma geral, não é visto como usuário das ruas, mas sim como alguém que deveria estar em um parque ou praia, ou qualquer outro lugar que não seja disputando um espaço de vias.
Todavia existe ainda a parte dos ônibus, que ainda não estão interligados, já que não estão aptos a receber as bicicletas, por falta de espaço. Diferente dos trens, que têm um lugar dentro do vagão para acomodar as "magrelas", os ônibus são menores, e cada espaço do coletivo é disputado por usuários. Está ai um dos maiores desafios para integrar as bicicletas ao sistema de transporte público.