A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está recomendando que as 2 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, que chegaram ontem a tarde no aeroporto de Guarulhos vindas da Índia, sejam aplicada ao menos num primeiro momento em dose única, e não em duas como diz o fabricante. A intenção é que se tenha mais imunizantes para vacinar um maior número de pessoas. O ministério da Saúde, por outro lado, considera que a imunização deve seguir o que preconiza a Oxford/AstraZeneca.
A aplicação em dose única foi sugerida pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, em entrevista a GloboNews. "Nós já temos uma comprovação da eficácia de 73% por 120 dias na primeira dose. Tratamos a segunda dose quase como um reforço", disse na anteontem.
"Nossa recomendação, e é um programa que está sendo utilizado pela Inglaterra e pela maioria dos países, é realmente aproveitar essa característica da vacina e fazer uma vacinação mais rápida, para distribuir doses para mais pessoas e com isso diminuir a transmissão da doença", sustentou Krieger.
Segundo o Ministério da Saúde, "a imunização levará em conta as especificidades técnicas de cada vacina - sempre de acordo com as bulas e respeitando as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)"
CoronaVac
A Anvisa aprovou, por unanimidade, o uso emergencial de 4,8 milhões de doses da CoronaVac envasadas pelo Instituto Butantan. A decisão se estende às doses que ainda terão a produção finalizada nos próximos meses. O instituto pretende finalizar 46 milhões de unidades da CoronaVac até abril, mas ainda aguarda a chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da farmacêutica chinesa Sinovac.