Amanhã começa tudo de novo: o Alto Tietê retorna à fase laranja com os períodos noturnos classificados para a fase vermelha, ou seja, as duas etapas mais restritivas do Plano São Paulo de retomada econômica na luta contra o coronavírus (Covid-19). E como não poderia deixar de ser, os representantes do comércio regional estão temerosos quanto ao desfecho dessa situação. Da primeira vez que o Alto Tietê experimentou os períodos mais restritivos, quase tudo foi fechado, restando apenas os ditos comércios essenciais, como padarias, mercados, entre outros, e, na ocasião, estabelecimentos foram fechados e pessoas foram demitidas.
Aqui, neste mesmo espaço, já havia sido aventado que uma nova fase vermelha/laranja arrebentaria com mais comércios, levando ao fechamento de mais lugares e, consequentemente, demissões e uma queda considerável na circulação de dinheiro nas dez cidades.
A mudança veio justamente num momento em que havia um ensaio para a retomada da economia regional. Ainda que tímida, havia a esperança de que as vendas de fim de ano, ainda que bem diferentes de outros anos, poderia ajudar a alavancar os negócios, mas a decisão de sexta-feira do governo do Estado veio como um balde de água fria.
Difícil contestar uma decisão administrativa. Mesmo que comerciantes do Estado inteiro ajuizassem um pedido de anulação da regressão, a Justiça diria que isso é competência do poder Executivo, logo seria o mesmo que dar murros em ponta de faca.
Essa primeira semana deve dar o tom de como será a outra, se os locais vão respeitar a decisão do Estado ou não. As prefeituras da região já editaram o decreto que restringe o comércio, então deverá ocorrer uma fiscalização municipal também.
Soma-se a tudo isso a quantidade de mortes e contaminações, que seguem subindo, e o número de vacinas ainda é insuficiente. Sem dúvida este é um momento ímpar da história, mas que pode nos levar a pensar de forma diferente depois que tudo isso passar, como olhar para os mais necessitados ou sentir compaixão pela dor do outro. Torcemos para que, após toda essa tristeza, o mundo possa se tornar um lugar melhor.