A grande missão do governo federal é turbinar o Bolsa Família lhe dando um novo nome e mais recursos. O Bolsa Família foi o mais eficiente cabo eleitoral do PT, retirando da miséria absoluta milhões de brasileiros.
Com a pandemia, milhares de pessoas que viviam das migalhas, vendendo nos faróis e nas ruas, fazendo pequenos bicos ou trabalhando de maneira informal, viram sua fonte de renda desaparecer. Paulo Guedes sugeriu um socorro de R$ 200 mensais, o Congresso Nacional impôs um auxílio mínimo de R$ 600 e ai começou o encantamento do governo federal pela onda de popularidade que se seguiu à distribuição de dinheiro.
Bolsonaro capitalizou politicamente o auxílio emergencial que deixou os miseráveis menos pobres e não quer para de distribuir dinheiro. Por isso quer a Renda Cidadã. Quer se tornar o mais novo "Pai dos Pobres" e assim garantir sua reeleição. O único problema é encontrar esse dinheiro.
O Brasil é o paraíso da desigualdade e por mais que se critique qualquer programa de distribuição de renda, todos sabem que eles são indispensáveis para garantir no mínimo uma sobrevivência digna. Não é o mundo ideal, mas o mundo real e é nele que as pessoas sobrevivem.
A primeira ideia era dar um calote no pagamento de precatórios, ordens judiciais de pagamento emitidas contra o governo que foi condenado, e depois de alguns anos, deve pagar essas condenações. Grande parte desses credores são segurados do INSS e os créditos são aposentadorias e auxílios que, ou não foram pagos, ou foram de forma incorreta.
Uma verdadeira pedalada fiscal que, ao que parece, não irá se concretizar em razão da repercussão. Mas de algum lugar o dinheiro tem que sair para criar a Renda Cidadã. Alguém ficará sem ou como menos dinheiro para que o presidente se torne o novo "Pai dos Pobres", turbinando o Bolsa Família e mudando o nome. Como a única coisa que move os governantes é o voto, essa de fato será a única prioridade do presidente. As reformas administrativa, tributária podem esperar.