Os americanos mesmo não acreditam tanto, mas os brasileiros mostraram ter uma percepção muito positiva sobre os EUA em um período de pandemia, segundo uma pesquisa global do instituto Ipsos. A avaliação dos brasileiros ficou atrás apenas dos entrevistados da Índia, Polônia e Israel. A autoavaliação dos americanos com seu próprio país ficou em quinto lugar.
Nem mesmo um governo turbulento de Donald Trump foi o suficiente para minar a percepção positiva dos brasileiros - também um grupo tradicional de imigrantes dos EUA caracterizado tanto por pessoas de baixa renda que imigram em busca do sonho americano, quanto de classe média e alta, que levam seus investimentos e compram imóveis no país.
Realizada pela primeira vez, a pesquisa (How the United States compares with other countries: a global survey) foi feita com entrevistados de 29 países para que avaliassem os EUA sob 13 diferentes atributos - de questões sociais a econômicas.
Essa admiração, porém, não surpreendeu ao diplomata Rubens Ricupero, que serviu nos EUA como conselheiro nos anos 70 e embaixador do Brasil nos 90 e conhece bem essa relação entre brasileiros e EUA. "Isso é muito antigo e tem se reforçado nos últimos tempos", afirma o diplomata.
Uma combinação de fatores, segundo ele, ajuda a construir essa proximidade entre os dois países, começando pela infância, já repleta de referências à cultura americana, que vão das músicas aos desenhos animados. "O soft power americano é muito forte", diz. "Em quais outros dois países o rodeio e a música sertaneja são tão populares?", brinca. (E.C.)