Depois de ser fortemente atingido pela pandemia do coronavírus, o mercado de trabalho formal registrou mais contratações do que demissões pelo segundo mês consecutivo.
Em agosto, houve a abertura de 249.388 empregos com carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia. É o melhor resultado do ano e está acima do saldo positivo registrado em agosto do ano passado, que foi de 121.387 postos.
Em julho, o número havia sido positivo pela primeira vez em cinco meses, com a abertura de 141.190 postos de trabalho. O resultado de agosto decorreu de 1,239 milhão de admissões e 990.090 demissões. No acumulado do ano até agosto, o saldo do Caged ainda ficou negativo em 849.387 vagas.
Os piores meses no Caged foram março com perda de 265.609 vagas; em abril com o fim de 934.380 empregos formais, e maio com a demissão de 359.453 trabalhadores. Desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil, em março, foram perdidas 1,191 milhão de vagas.
Setores
De acordo com o Caged, houve um saldo positivo de 92.893 vagas na indústria em agosto. A construção gerou 50.489 novos postos de trabalho; o comércio registrou 49.408 vagas; o setor de serviços teve saldo positivo de 45.412 vagas; e a Agropecuária teve saldo positivo de 11.213 vagas.
Em agosto, as cinco regiões do país registraram saldo positivo. O melhor resultado foi o do Sudeste, com saldo positivo de 104.702 vagas. Já o Norte gerou 22.272 postos com carteira assinada. Todos os Estados registraram saldo positivo. Os destaques foram São Paulo (64.552 novas vagas), Minas Gerais (28.339 vagas) e Santa Catarina (18.375 vagas).
Massa de salários
A perda de trabalho por milhões de brasileiros encolheu a massa de salários em circulação na economia. A queda foi de 4,7% no trimestre encerrado em julho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o trimestre terminado em abril, a massa de renda real encolheu 3,8%, com R$ 8,035 bilhões a menos. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve alta de 4,8% na comparação com o trimestre até abril, R$ 117 a mais. Em relação ao trimestre encerrado em julho do ano passado, a renda média subiu 8,6%.
O Brasil registrou uma perda de 7,214 milhões de pessoas ocupadas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A taxa de desemprego passou de 12,6% no trimestre encerrado em abril para 13,8% no trimestre terminado em julho. (E.C.)