Depois de um setembro com apenas 19 milímetros de chuva, o mais seco dos último dois anos na região do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat), reservatório que abastece a região e parte da zona leste de São Paulo, e alertas de altas temperaturas promovidas pela Defesa Civil do Estado de São Paulo, tudo indica que o verão este ano poderá ser um dos mais severos da história.
Ainda é começo do retorno do período mais quente no Hemisfério Sul, mas a alta temperatura registrada na cidade de São Paulo anteontem, passando os 37,4 Cº e perdendo apenas para o registro de 2014, quando os termômetros bateram a casa dos 37,8 Cº pode indicar que temporada de verão 2020/2021 não aliviar.
Em comum com 2014, além do forte calor, a baixa quantidade de volume de água que havia na época, o que forçou os moradores do Alto Tietê, e de outras regiões do Estado, a encontrar meios de economizar água para não faltar. O resultado de tudo foi a reciclagem da água, os banhos mais rápidos e o abandono da prática de lavar a calçada toda vez que estivesse suja de algumas folhas de árvore.
Duas represas do Spat, a Jundiaí e a Biritiba, estão operando abaixo dos 15%, deixando o nível geral do sistema com 59,9% do volume de água. Só para efeito de comparação, no começo de outubro do ano passado, o mesmo Spat suportava 86,4% de volume. No entanto, apesar da baixa quantidade corroborada pelos registros atuais, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), informou que não há riscos de desabastecimento em razão de obras realizadas entre os sistemas produtores da Região Metropolitana de São Paulo, o que garante o remanejamento de água entre eles.
Tomara que não precisa, que por enquanto sejam apenas coincidências, entretanto, é melhor o morador da região ficar com as "barbas de molho" porque alguns eventos costumam a ser cíclicos e o tempo e o clima de 2014 mudaram a mentalidade do povo paulista de tal forma que provavelmente não esqueceram tão cedo o risco de ficar sem água durante a estação mais quente do ano.