A pandemia obrigou a paralização de várias atividades. Dois serviços continuam sem atender o público de forma presencial, a Justiça do Trabalho e o INSS. A Justiça do Trabalho, com quase a totalidade de seus processos eletrônicos continuou funcionando de forma remota. O INSS também continuou atendendo de forma virtual. Em comum, os dois serviços federais são essenciais para a população menos favorecida economicamente.
Mas nem tudo se resolve de forma virtual. Muitos procedimentos exigem a presença das pessoas e já são seis meses sem atendimento presencial. São serviços absolutamente essenciais e já deveriam ter retornado. É evidente que o atendimento normal e regular ainda levará muito tempo. Sem uma vacina, continuamos obrigados ao uso de máscaras, distanciamento social e manter a higiene cuidadosa e permanente como rotina. Pessoas do grupo de risco devem ser preservadas.
Não é mais possível que serviços essenciais com a Justiça do Trabalho e Previdência Social continuem com suas portas fechadas para parcela da população que mais precisa. São doentes, incapacitados, desempregados, acidentados que precisam de atendimento presencial nas agências por não ser possível a solução virtual. O INSS já acumulava milhões de pedidos em atraso antes da pandemia, volume que só aumentou.
A Justiça do Trabalho possui milhares de mandados que não são cumpridos por oficiais de justiça e audiências que deixaram de ser realizadas. A maioria dos empregados e até alguns empregadores não possuem acesso à internet ou equipamentos adequados para participar de audiências virtuais. Milhares de causas e valores que envolvem salários ou indenizações estão retidos.
Em São Paulo a previsão de retorno do atendimento presencial é 5 de outubro de forma reduzida e gradual, com audiências somente após 15 de outubro. O INSS reabriu sem médicos peritos o que causou tumulto e fechamento das agências. O Brasil precisa prosseguir e reabrir, com o fim do auxílio emergencial e a forte retração econômica, não há alternativa senão retomar todas as atividades com as cautelas sanitárias. É isso ou assistir e viver o caos.