A geografia do Alto Tietê é peculiar. Por ter uma grande parte de seu território plano, principalmente a partir de Suzano, a extensão de terra da região acaba sendo ideal para a instalação de uma via férrea, e foi o que aconteceu em 1869, quando a Companhia São Paulo e Rio de Janeiro deu início à construção do que hoje é chamada de Linha 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
É inegável os benefícios que a estrada de ferro trouxe para o Alto Tietê, mas também há um ônus que as cidades pagam em viver divididas por uma linha de trem. É claro que depois de tantos anos, todo mundo já acostumou com isso, no entanto, para pode chegar ao outro lado do município, era indispensável a construção de viadutos, ao menos foi isso o que ocorreu no século passado.
Dispendiosos e expostos às ações do tempo, essa estrutura precisa de manutenção constante para, literalmente, não ruir, ou pelo menos, evitar o desnível. Foi o que ocorreu com um viaduto da pista expressa na Marginal Pinheiros, na capital, que por falta de manutenção cedeu cerca de dois metros, em novembro de 2018.
Por aqui o trabalho parece que está sendo feito. O viaduto Ryu Mizuno, em, Suzano, passou por manutenção no final de semana passado e o Leon Feffer também deverá receber intervenções. Em Mogi, o elevado Professor Argeu Batalha recebeu melhorias na estrutura em fevereiro. Já o viaduto Vereador João Batista, de Ferraz, que não recebia manutenção há 30 anos, passará por uma reforma a partir de quinta-feira.
É sempre bom ficar atento com estas estruturas, pois, além de estarem expostas as condições do clima, sofrem vibrações em razão da quantidade de veículos que passam por elas. A linha de trem não vai sair do lugar, mas, talvez, em um futuro não muito distante, seja a hora de investir em traçados subterrâneos, como Mogi já fez com a passagem Engenheiro Osvaldo Crespo e os túneis da praça Sacadura Cabral. Além de não se desgastarem com o clima, sofrem menos oscilações. O custo da construção pode ser maior, mas talvez manutenção seja mais em conta do que os velhos viadutos.