Atrás nas pesquisas e criticado pela reação ineficaz à pandemia, Donald Trump chegou ao primeiro debate da eleição americana ontem tendo de explicar porque pagou menos imposto de renda do que a maioria dos americanos, segundo documentos publicados pelo The New York Times no fim de semana. Em Cleveland, o presidente esteve pela primeira vez frente à frente com o rival, Joe Biden.
No domingo, o New York Times publicou dados das declarações de imposto de renda de Trump e de suas empresas, cobrindo mais de duas décadas. Há anos, o presidente vinha se recusando a divulgar tais informações - ele foi o primeiro presidente desde 1976 a ocultar detalhes básicos de suas finanças.
Desde domingo, Trump tenta justificar o deslize. Primeiro, disse que a reportagem do jornal era "fake news". Ontem, afirmou que os dados foram obtidos de "maneira ilegal". A campanha democrata respondeu acusando o presidente de burlar o sistema para sonegar imposto. O esforço de Trump para esconder sua declaração de renda fez com que os documentos se tornassem os mais almejados pela Imprensa americana. Entre as revelações está a descoberta de que ele não pagou imposto de renda em 11 dos 18 anos examinados pelo jornal.
Em 2017, após se tornar presidente, ele desembolsou apenas US$ 750 (R$ 4.171). Trump reduziu seu imposto de renda com medidas questionáveis, incluindo uma restituição de US$ 72,9 milhões (R$ 405 milhões) que é alvo de uma auditoria da Receita Federal americana. Muitos de seus negócios mais proeminentes, incluindo campos de golfe, declararam grandes prejuízos - o que ajudou a reduzir a carga tributária de suas empresas. 
Em breve, segundo os documentos, o presidente terá de enfrentar os credores. As grandes dívidas poderão aumentar ainda mais a pressão sobre suas finanças. Se perder a disputa com a Receita sobre a restituição de 2010, ele poderá ter de pagar ao governo mais de US$ 100 milhões. (E.C. com agências internacionais).