Alguns de vocês já devem ter visto bebês com poucos meses de vida com a cabecinha inclinada para um dos lados, sem mudar de posição. Fiquem atentos, pode ser sinal de um problema de disfunção muscular pouco conhecido, mas que corre o risco de se tornar bem sério se não for tratado: o torcicolo congênito.
Estudos indicam que o torcicolo congênito ocorre com mais frequência na primeira gestação. O que se deve observar com maior atenção é a inclinação lateral persistente da cabecinha da criança. Normalmente esse tipo de torcicolo não dói, embora a anormalidade seja obviamente visível com a cabeça voltada para o lado comprometido e o queixo voltado para o sentido oposto. O especialista, com a simples observação da posição da cabeça do bebê e o toque na região comprometida, consegue fazer o diagnóstico. Na avaliação é importante verificar o bebê como um todo porque alguns deles também podem apresentar um desenvolvimento anormal do quadril.
O tratamento deve ser realizado o mais precocemente possível. Na maioria dos casos, quando iniciado cedo, o tratamento com um profissional fisioterapeuta o resultado é visível. É importante iniciar o quanto antes os tratamentos para evitar uma cirurgia de alongamento do músculo esternocleidomastoideo, que só será indicada pelo ortopedista em casos de acentuada restrição da mobilidade do pescoço e assimetria facial. Geralmente só é feita quando a criança atinge a idade de cinco anos.
A participação dos pais também é essencial, corrigindo o posicionamento da cabecinha na hora do sono e da amamentação, por exemplo. Eles também podem fazer alongamentos e aplicação de calor superficial no músculo comprometido, com orientação do especialista.
No caso do tratamento com o fisioterapeuta, a quantidade e a frequência dos atendimentos serão decididas pelo profissional de acordo com a evolução. Se o torcicolo não for corrigido, a deformação que ele acarreta pode acompanhar a criança por toda a vida e será cada vez mais difícil de ser revertida.