Após promover apuração para saber o que ocorreu durante a noite de 10 de março de 2017, quando três jovens do Aruã, em Mogi das Cruzes, foram mortos em confronto com policiais civis, nenhuma pessoa foi indiciada no inquérito realizado pela Polícia Civil. Por outro lado, ocorre uma apuração que está sendo tocada pelo Ministério Público para tentar esclarecer os fatos. Para piorar, tudo o que envolve a investigação dos fatos corre em segredo de Justiça.
Faz mais de três anos que os jovens, que supostamente estariam assaltando um posto de combustíveis na via Perimetral, morreram com diversas lesões provocadas por disparos de arma de fogo. Isso é um fato, não cabe discussão, eles foram mortos. O carro utilizado pelo trio, que ainda comportava uma quarta pessoa que sobreviveu, ficou crivado de balas.
Mas, apesar do fato ser inquestionável, as circunstâncias de como ele ocorreu é que precisam ser esclarecidas. Parece piada de mau gosto, mas este evento ocorreu há três anos, com várias testemunhas, inclusive o próprio sobrevivente, mas ainda não se chegou a uma solução de quem teria provocado toda aquela situação que culminou com três mortos.
Há três anos, não existia coronavírus, Jair Bolsonaro não era presidente e João Doria era o prefeito da capital. Tudo isso mudou com o passar desses 1.281 dias até a data atual, mas os esclarecimentos ainda estão obscurecidos.
As investigações do caso devem continuar, tanto pelo lado do MP quanto pelo lado da Polícia Civil. Houve mesmo a troca de tiros? Por que policiais civis de uma divisão especializada da capital se deslocariam até Mogi para investigar um carro furtado? Ainda são perguntas sem respostas, mas que merecem ser dadas à sociedade, independentemente dos resultados das apurações.
O que não pode pairar é a dúvida sobre um caso que repercutiu não só no Alto Tietê, mas no Brasil inteiro. Se cair no esquecimento, como já ocorreu muitos outros, casos semelhantes voltarão a acontecer e, mais uma vez, ficaremos sem repostas.