Existe uma preocupação legítima das autoridades políticas e sanitárias sobre o próximo feriado, que será nesta segunda-feira, data em que se comemora a Independência do Brasil. Diferentemente do que ocorreu em maio e junho, quando houve a antecipação de feriados - como o Corpus Christi -, para serem utilizados de uma maneira a manter as pessoas em casa para evitar a proliferação da Covid-19, este, em que o tema já não causa tanto espanto à população, há a expectativa de muitas viagens para o litoral. As cenas do último final de semana, em que banhistas lotaram diversas praias do litoral paulista, atestam que isso pode ocorrer de novo, mas, desta vez, com maior intensidade, por se tratar de um feriado prolongado.
Prefeituras já estão se mobilizando para tentar diminuir essa "invasão" às praias. Em São Sebastião, por exemplo, que tem acesso fácil pela rodovia Mogi-Bertioga
(SP-98), haverá barreira sanitária nos limites da cidade com Bertioga, outro município que tem acesso pela SP-98. São Sebastião fará o mesmo processo com Caraguatatuba, cidade mais ao norte.
Com as informações passadas pelo governo do Estado, apontando que a quantidade de mortes vem desacelerando, este ainda é o momento de ficar dentro de casa e procurar sair o menos possível. A pandemia não passou porque as pessoas ficaram aborrecidas com o isolamento social (medida que nunca foi, de fato, levada a sério) e agora querem aproveitar o tempo perdido em uma época que ainda não é a adequada. O contágio continua alto, países que pareciam estar livres da contaminação, como Espanha e França, já vivem uma segunda onda, e o Brasil parece seguir o mesmo caminho. Até a China, onde tudo começou, registrou novos casos de contaminação nestes últimos dias.
Neste feriadão, o melhor programa será ficar em casa. A situação é propícia para que cada um possa fazer sua parte e diminuir o poder de contaminação. Se isso não ocorrer, as praias lotadas mostrarão, de novo, que ainda há muito o que fazer para que haja uma real conscientização em relação à doença.