Com o mundo se aproximando de um milhão de mortes por Covid-19, o número de infecções voltou a bater recordes na Europa. Os primeiros-ministros da França e da Holanda emitiram advertências severas sobre o aumento de casos em seus países, enquanto, na Espanha, autoridades de Madri rejeitaram o pedido do governo central de um bloqueio maior na capital.
A autoridade de saúde pública da França registrou um recorde de 16.096 novas infecções em 24 horas. Em Paris, declarada zona de "alerta elevado" na última quarta-feira as autoridades hospitalares regionais alertaram que 20% das operações cirúrgicas teriam que ser adiadas neste fim de semana porque os hospitais estavam "se aproximando da saturação" pelos novos casos.
Em seu relatório semanal, a autoridade de saúde pública francesa disse que na semana de 14 a 20 de setembro, houve um aumento de 25% nas novas mortes atribuídas à Covid-19 em hospitais e lares de idosos. O número de novas internações hospitalares aumentou 34% e as novas internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), 40%.
Houve um aumento do número de casos de contaminação pelo vírus na faixa etária acima de 65 anos. Já quando se observa um recorte sobre os locais de contaminação, a maioria dos infectados estava em ambientes de trabalho, seguido por escolas e universidades e eventos e encontros públicos e privados. Todos os indicadores do relatório mostraram que as curvas voltaram a subir.
Apesar do agravamento da situação, a decisão do governo de ordenar o fechamento de bares e restaurantes em Marselha e Aix-en-Provence, considerada zona de "alerta máximo", a partir de hoje, continua a provocar a ira de autoridades locais, proprietários de bares e restaurantes. Em Paris e em várias outras grandes cidades, os estabelecimentos devem fechar às 22 horas. O número de mortes na França atribuídas à Covid-19 é agora de 31 511.
Recorde
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, também alertou sobre uma segunda onda de infecções na Holanda. Rutte fez uma declaração depois de mais um registro diário de casos, que aumentou em 2.777 em um dia. Já na Espanha - que já registrou mais de 700 mil casos - tem havido mais desunião e mensagens contraditórias do governo central e do governo regional de Madri. (E.C.)