Os partidos políticos tiveram até ontem para realizar as convenções e escolher os nomes que vão concorrer aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores. A partir de agora, os nomes seguem para a Justiça Eleitoral para que as candidaturas sejam deferidas ou indeferidas.
O fato é que o jogo já começou e sai na frente quem já está na máquina pública, quem já busca se fazer conhecido dentro do eleitorado. No geral, ainda está relativamente cedo para definir quem serão os políticos eleitos. Essa fase, quando tudo ainda está meio morno, o importante é o eleitor buscar conhecer quem são os nomes que disputarão uma vaga, seja no Executivo ou no Legislativo, e fazer uma análise minuciosa. Parece até disco riscado, mas não tem como fugir. É preciso estudar os candidatos para tentar tomar a decisão mais sabia possível.
Episódios recentes na política regional nos mostram que é preciso desconfiar. Em Mogi das Cruzes, a prisão de cinco vereadores, suspeitos de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, caiu como uma bomba. Ainda há um vereador foragido. Infelizmente, vivemos em um país em que favores políticos, como troca de voto por uma cesta básica, muitas vezes define eleições proporcionais.
Na era das redes sociais, o brasileiro parece mostrar mais interesse pela política, o que não significa que vem se aprofundando mais no assunto. Muitos apenas repetem frases feitas, como papagaios. Ainda falta amadurecimento.
Eleição pode servir também como uma experiência para o pleito seguinte, mas desde que se tenha acompanhado os projetos do candidato eleito durante os quatro anos do primeiro mandato. Na votação seguinte, com base nos dados colhidos, é possível fazer uma escolha mais detalhada e decidir se mantém o atual ocupante do cargo ou o troca. Se não haver essa experiência, Platão, o filósofo grego, que morreu há mais de 2,3 mil anos, mostrará que estava certo: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam".