O ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica (2010-2015) informou que deixará em breve o cargo de senador por motivos de saúde e por idade avançada. Ele explicou ontem que cumprirá o mandato até outubro e se retirará definitivamente da política por conta de uma doença imunológica crônica.
"Amo política e não quero ir embora, mas amo ainda mais a vida. E já que estou para ir embora, tento esticar os minutos que me restam. Que defeito, hein?", disse à Imprensa o senador da Frente Ampla, coalizão de esquerda que governou o Uruguai entre 2005 e 2020, momentos antes de votar nas eleições locais, no domingo. O ex-presidente revelou que, por conta da doença imunológica, não poderá tomar uma vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) quando esta for disponibilizada.
Apesar de ele próprio ter insinuado antes que deixaria o Senado em outubro - pelo qual conquistou uma vaga nas eleições de 2019 - no domingo, ele comentou que, se puder, "deixará o cargo mais cedo". Ele havia renunciado ao cargo no Senado em 2018, alegando que "estava cansado da longa viagem" e se afastaria "antes de morrer de velho", mas decidiu voltar ao Congresso no ano passado
"Estou prestes a sair por causa da minha idade, porque tenho uma doença imunológica crônica e é lógico que a política obriga as relações sociais. Se tenho de me cuidar, não posso falar, e não posso ir de um lado e para o outro, então estou como um mau senador", argumentou Mujica, que fez 85 anos em maio.
O ex-presidente, dedicou especial atenção às eleições locais de domingo.(E. C. com agências internacionais)