O fogo no Pantanal já destruiu cerca de 3 milhões de hectares em 2020 e não dá sinais de que irá diminuir sem a intervenção humana. Até o começo desta semana, o bioma já acumulava 14.764 pontos de queimadas confirmados. Este é a maior quantidade de focos de incêndio nessa região desde 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que anteontem havia dito que o Brasil está de parabéns por ser o país que mais preserva o meio ambiente, sentiu ontem, na pele, o poderio das chamas quando o avião em que viajava com direção à cidade de Sinop, no Mato Grosso, precisou arremeter em razão da falta de visibilidade do piloto causada pela fumaça dos incêndios, fato esse que foi confirmado pelo Centro Oeste Airport, empresa que administra o aeroporto João Figueiredo.
O ponto principal quando se discute a preservação ambiental é a vida vegetal e animal que existe dentro deste ecossistema, e, por consequência, a preservação da vida humana também, uma vez que mais árvores significam melhores condições do ar, temperatura mais amena; mais matas ciliares significam rios mais volumosos e produção de água.
O Alto Tietê não pode deixar de ser enquadrado nessa conjuntura. Embora não esteja inserido no Pantanal, e nem na Amazônia, que também vem sofrendo com as queimadas, a região faz parte da Mata Atlântica, que abrange 15% do território nacional, segundo a SOS Mata Atlântica.
Sem contar o município de Poá, o menor da região e segundo menor da Grande São Paulo, atrás apenas de São Caetano do Sul, todas as cidades da região têm um percentual da Mata Atlântica inserida em seu território.
Mogi das Cruzes possui 15,5 mil hectares, é que mais detém uma parte desse bioma no Alto Tietê, enquanto Itaquaquecetuba tem 232 hectares, a menor entre as cidades com essa vegetação. No total, a região contempla 35,5 mil hectares de Mata Atlântica. O que está acontecendo com o pantanal e a Amazônia reflete aqui, já que não existe divisas físicas, mas, de qualquer maneira, é preciso ficar de olho para que o mesmo não ocorra com o ecossistema que abraça o Alto Tietê.