Em plena pandemia que tem vitimado mais de mil pessoas ao dia,é apavoradora a inércia do governo. Até a ajuda emergencial só está acontecendo no valor de 600 reais por iniciativa do Congresso, já que o governo queria essa ajuda no valor de R$ 200.
Mas eis que de repente o governo, através do Banco Central (BC), apresenta um projeto inusitado. Sob a justificativa de cortar custos, o BC anunciou o lançamento da cédula de R$ 200. Detalhe, menos de 10% dos brasileiros carregam notas de cem reais.
Tal decisão está na contramão do debate que tem sido feito em diversos países. Na União Europeia, onde se convive com a circulação de notas de 500 euros, a principal discussão considera a possibilidade de tirar essas notas de circulação como forma de se combater a lavagem de dinheiro. Quanto maior é o valor da cédula, mais fácil é o transporte e a omissão dos valores.
Diante do anúncio do BC, um doleiro condenado da Lava Jato fez o seguinte comentário: "Muito mais fácil de carregar". Os quinhentos mil, um milhão e demais valores que circulavam e circulam por aí não demandariam malas e mochilas grandes. A foto dos 51 milhões de reais encontrados no apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima não causaria o mesmo impacto, pois o espaço ocupado pela quantia seria muito menor.
Vai facilitar a vida daqueles que praticam as famosas rachadinhas administradas pelo Queiroz e cia. Também facilitará muito a vida daqueles que costumam comprar coisas valiosas com dinheiro vivo. Por exemplo: Ana Cristina, ex-mulher do presidente que comprou 14 imóveis enquanto foi casada com ele, parte deles em dinheiro vivo, carregaria menos peso no momento de fazer essas transações.
Pois bem, para o povo, para a sociedade tal medida não acrescenta nada. Mas corruptos, sonegadores e crime organizado devem estar em festa.