A pandemia de coronavírus (Covid-19) vem servindo como um choque de realizada no Brasil e no mundo. Mesmo não tendo o poder destrutivo como teve a gripe espanhola e a peste bubônica, a doença atual deixou claro que, apesar de toda a tecnologia, ainda somos frágeis diante de um vírus para o qual o corpo não possui defesas.
Reduzindo a escala de comparação e trazendo para a realidade do Alto Tietê, além da doença em si, está a pobreza e a miséria, que muito atrapalha no tratamento e cuidados que os indivíduos precisam ter em um momento como este.
Ontem mesmo, em reportagem veiculada pelo grupo Mogi News, foi possível observar que quase 44 mil alunos da rede pública estadual de ensino recebem o programa Merenda em Casa. O valor de cada repasse é de R$ 55 e creditado uma vez por mês. O benefício da Secretaria de Estado da Educação é destinado, exclusivamente, para comprar alimentos e permitir que as crianças, mesmo fora da escola, tenham segurança alimentar.
Um dos papéis do Estado é este; dar segurança à população,entretanto, confirma o que a maioria das pessoas já sabe: muitas crianças só vão à escola para comer e o aprendizado acaba ficando em segundo plano, afinal, estudar com fome pode ser um bom desafio para um faquir, mas não para pessoas em desenvolvimento cognitivo e físico, em idade escolar. Estas precisam de concentração e estar bem alimentadas para que possam absorver o conteúdo com mais clareza e facilidade.
Muitos países aprenderam com grandes eventos, muitas vezes catastróficos. Foi assim com guerras e outras pandemias. O Brasil e, consequentemente, o Alto Tietê, têm pouca experiência em passar por momentos de exceção como este, mas está na hora de assimilar. O fim da pobreza é o ponto inicial para um ensino de qualidade. No papel, poderíamos ter a melhor escola do mundo, mas enquanto houver alunos com fome, mesmo um esquema pedagógico de dar inveja ao resto do planeta não passará de mais um plano.