O levantamento divulgado pelo Grupo Mogi News, na sexta-feira, divulgou o valor que cada morador do Alto Tietê disponibiliza anualmente para manutenção das Câmaras Municipais.
Em tempos de pandemia, onde a segunda principal preocupação é a economia - atrás apenas da saúde - os moradores de Mogi das Cruzes viram, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o custeio da Casa de Leis ficar 10% mais caro do que no ano passado. São R$ 73 de cada habitante para que o Legislativo pague as contas e os salários.
No Alto Tietê, o custo mais alto em relação à quantidade de moradores se dá em Arujá, onde cada cidadão desembolsa
R$ 159,41 anualmente. No último ano,
R$ 14.318.711,54 foram empregados para manutenção do Legislativo, que representa quase 90 mil arujaenses.
É como se em cada ano, o cidadão sacasse quase R$ 160 e depositasse em conta da Câmara. Talvez se dessa forma ocorresse, a população já teria percebido e reagido.
No julgamento acerca do tema, deve ser ponderada a relevância dos serviços prestados pelos vereadores e seus assessores. Muitos podem confundir necessidades para um bom trabalho com regalias. Pouco se considera a relevância de ter representantes eleitos pela população para, em tese, defender os direitos da sociedade, criando um ambiente democrático para a discussão.
Mas, independentemente da excelência no trabalho dos nobres vereadores, o certo é que fica, aos olhos da população - que amarga ano após ano crises financeiras -, o sentimento de insatisfação em ter que contribuir com tantos impostos.
Outro ponto que também corrobora para que os valores do TCE sejam amargos aos moradores do Alto Tietê é a insatisfação e a descrença na classe política. Para muitos arujaenses, por exemplo, não haveria nenhum problema contribuir com R$ 160 anuais em determinado serviço ou produto que traga bem estar com resultados significativos. Entretanto, entregar essa alta quantia para pessoas que querem, em sua maioria se manter no poder, beira o absurdo.