O governo da Arábia Saudita afirmou ontem que o país não vai seguir o acordo diplomático entre Emirados Árabes Unidos e Israel enquanto os israelenses não assinarem um acordo de paz com os palestinos. É essa a condição para que o país estabeleça relações diplomáticas com Israel. "É preciso haver paz entre Israel e os palestinos a partir de bases internacionais reconhecidas", afirmou o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Saud al Faisal, defendendo a criação de um estado palestino em uma conferência de imprensa em Berlim, na Alemanha.
"Quando isso acontecer, tudo será possível". Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo para a normalização das relações diplomáticas entre os Emirados Árabes Unidos e Israel.
Os israelenses não tinham relações diplomáticas com os países árabes do Golfo e os recentes anúncios de anexação de parte da Cisjordânia eram encarados como um impeditivo para a normalização, apesar da ameaça comum que é o aumento da influência regional do Irã.
O acordo foi o terceiro de paz árabe-israelense desde a declaração de independência de Israel em 1948. O Egito assinou um em 1979 e a Jordânia em 1994.
O presidente norte-americano anunciou ontem sanções contra duas empresas do setor de aviação dos Emirados Árabes Unidos em virtude de suas relações com o Irã. Em comunicado, o Departamento do Tesouro indicou que as punições são impostas por elas terem auxiliado na logística da iraniana Mahan Air, já denunciada pelo Departamento de Estado por vínculos com grupos terroristas.
As ações atingem a Parthia Cargo e a Delta Parts Supply, bem como o proprietário da Parthia, Amin Mahdavi. (E.C.)