A polícia prendeu ontem Kyle Rittenhouse, jovem branco de 17 anos, que matou duas pessoas com um fuzil AR-15 anteontem à noite, na cidade de Kenosha, no Estado de Wisconsin, durante protestos contra o racismo. Um terceiro manifestante ficou gravemente ferido. O adolescente foi indiciado por homicídio qualificado.
Rittenhouse foi descrito pela polícia como um adolescente extremamente perturbado e fanático pelo movimento Blue Lives Matter - "vidas azuis" é uma referência à cor do uniforme dos policiais, uma organização criada como contraponto ao Black Lives Matter.
Uma das vítimas foi Anthony Huber, skatista branco de 26 anos, que teria tentado tirar a arma do atirador. "Ele deu a vida para salvar os outros", disse um amigo. A outra vítima não foi identificada, mas era um homem de 36 anos.
A violência explodiu quando centenas de manifestantes protestavam pela terceira noite consecutiva após o negro Jacob Blake, de 29 anos, ser atingido por sete tiros à queima-roupa e pelas costas, disparados por um policial branco no domingo, quando tentava entrar em seu carro, no qual estavam seus três filhos. Ele segue internado, paralisado da cintura para baixo, segundo seus parentes.
A nova onda de protestos contra o racismo atingiu também outras grandes cidades americanas, como Los Angeles, Nova York, Portland, Washington, Seattle e Minneapolis, onde morreu George Floyd, em maio - caso que desatou a primeira onda de protestos nos EUA.
Na mesma noite em que Rittenhouse disparava seu fuzil AR-15 contra manifestantes em Kenosha, a imprensa americana divulgava mais detalhes da vida de Jacob Blake. Alguns blogs e jornais conservadores deram especial importância à ficha corrida, na qual constava uma ordem de prisão, emitida em 6 de junho, por agressão sexual de terceiro grau, invasão de propriedade e conduta desordeira. Donald Trump Jr., filho do presidente, compartilhou o histórico criminal de Blake no Twitter.