O surto de infecções foi anunciado na quarta-feira. Desde então, o frigorífico foi fechado por duas semanas. De acordo com Sven-Georg Adenauer, conselheiro estadual do município de Gütersloh, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, não há registro de que o vírus tenha se espalhado para a cidade de 100 mil habitantes vizinha de Bielefeld, no centro da Alemanha.
Adenauer reclama que as autoridades não conseguiram rastrear cerca de 30% dos funcionários da empresa. "A confiança que temos na Tönnies é zero", disse. O diretor da empresa, Andres Ruff, afirmou que a demora para compartilhar os dados ocorre em razão das leis alemãs de proteção à informação.
De acordo com Adenauer, foram realizados 3.127 testes de diagnóstico no frigorífico e a um terço teve resultado positivo. Armin Laschet, chefe de governo do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, acredita que o surto de Covid-19 possa ser contido com uma quarentena localizada, mas não descarta medidas mais radicais. "Se a coisa piorar, pode ser necessário decretar um novo lockdown na região", disse
A Alemanha tem cerca de 190 mil casos confirmados de coronavírus e quase 9 mil mortos - bem menos do que Espanha e Itália, os países mais afetados da Europa. A curva de contaminações vem caindo há algumas semanas, o que permitiu ao governo relaxar algumas medidas de isolamento social. Por isso, a Alemanha se tornou um dos primeiros países a relaxar medidas de confinamento. No início de maio, pequenas e médias lojas foram reabertas e alguns estudantes voltaram às aulas. Escolas, bibliotecas públicas, salões de beleza e outros comércios voltaram a funcionar algumas semanas depois - com novas regras, como máscaras obrigatórias.