O senhor Ivan Storel, segundo noticiado, é mais um daqueles covardes modernos, que posam de educados em público, mas se transformam em feras nos lares, principalmente quando a violência é dirigida contra a mulher.
Cansada, quem sabe, dos gritos e desaforos, ou situações ainda mais desesperadoras, a vítima contumaz, noites atrás, resolveu apelar à policiais em busca de socorro.
De imediato, dois soldados estaduais acorreram ao local do incidente, onde, à porta da moradia, o tal de Ivan os recepcionou "dignamente".
Com vocabulário digno de ruborizar estátua de pedra, entre os impropérios dois fatos vieram à tona, claramente demonstrando o pensamento do Brasil atual.
Em primeiro lugar, fazendo questão de demonstrar que em seu minúsculo pensamento, o homem vale pelo que tem, e com o condão de humilhar os agentes da lei, disse que ganhava trezentos mil reais por mês, e os PMs, um mil, e por isso eram uns "merdas".
Em seguida, o imbecil, bradou que a atuação dos militares deveria ser outra, eis que estavam em Alphaville - bairro nobre e de baronetes - e não na periferia, continuando com o despejar de palavrões.
Com a chegada de reforços, foi levado ao Distrito.
Talvez haja aqueles que aplaudam a postura dos milicianos - um homem e uma mulher - pela não reação imediata; outros, em contraponto, tecerão críticas à passividade com que aceitaram os ataques, intimidados pelos gritos.
Uma coisa, é certa - confessada, aliás, por um comandante de Rota -, quando se trata de coibir ato abusivo de senhor feudal, os protocolos são outros, arrefece-se a bravura e a bravata!
E se os fatos tivessem se dado, como se prognosticou, nos arrabaldes? Respondam-me: seria observada a mesma a postura, ou escudados na farda, à primeira explosão verborrágica, os dois soldados "prenderiam e arrebentariam"?
Enquanto isso, na Avenida Paulista, ainda na capital, a polícia do seu João, descia o cacete naqueles que - absurdamente, em tempos de pandemia -, iam as ruas para protestar por democracia!