O ser humano, no desejo insaciável do poder, se aproxima da ciência e se distância de Deus e do semelhante. Em tempo de confinamento em casa o desafio é grande ao tentar compartilhar, com sabedoria, do espaço e do tempo sem infernizar o convívio familiar.
Não estávamos preparados para tal situação, como um casal que procura, em noite de inverno, disputar com veemência um único cobertor de solteiro, porém, se dormirem agarradinhos vão se aquecer mutuamente, agasalhados, debaixo do mesmo cobertor.
Temos de achar uma solução sem causar muito desconforto para todos. A intimidade do lar faz sempre a gente abusar dos direitos dos outros para sermos, em egoísmo, servidos. Servir uns aos outros com amor é a grande "jogada" para promover a paz. No lar onde há abraços e beijos fica mais fácil evitar, em época de pandemia, que a razão disputada por um e pelos outros se torne em confusão. No meu mundo real, ainda, sou um romântico à moda antiga que oferece flores e sou pago com um abraço ou um beijo, que uma rosa seja uma mensagem de amor, que o jardim seja regado com carinho, ver a florzinha escondida no meio da grama que tem a perfeição do Criador. Sabe?
O mundo virtual não tem perfume e nem sabor, nem posso tocá-lo, prefiro ter a inteligência normal cheia de sonhos, ter uma imaginação bem natural e não artificial programada, quando falo ao telefone quero ouvir voz de gente e não a impessoal eletrônica, e quando me aproximar do próximo seja na distância de poder tocá-lo. Infelizmente, os laços do relacionamento familiar que já eram frouxos, em muitos lares, acabaram por se desfazer por completo neste momento de isolamento social, provando que perdemos o jeito de viver juntos, de verdade, em off-line, porém, muito bem conectados no mundo virtual on-line, onde a indústria de games, para gente inquieta e entediada, em casa, oferece jogos contemporâneos, por vezes, com mais de 100 horas de imersão na rede digital. Haja fôlego para suportar tanto tempo de "mergulho" virtual!