A campanha à reeleição de Donald Trump atravessa um momento difícil. Irritado com pesquisas internas do Partido Republicano, que indicam a liderança do rival democrata Joe Biden, o presidente planeja mudanças no comando da equipe e uma grande ofensiva de propaganda na TV, em uma estratégia que ganhou ares de urgência para tentar reverter uma perigosa queda de popularidade a seis meses das eleições.
Os números das pesquisas internas do Partido Republicano não foram divulgados. No entanto, segundo o New York Times, Trump teve uma crise de fúria durante um telefonema com seu gerente de campanha, Brad Parscale, após receber os dados. Ele disse que não perderia para Biden, insistiu que os dados estavam errados e culpou Parscale pelos resultados.
Segundo a CNN, em determinado momento, Trump ameaçou processar Parscale pelo desempenho ruim. De acordo com fontes citadas pelo Washington Post, conselheiros de Trump apresentaram os resultados das pesquisas para encorajá-lo a diminuir o número de entrevistas coletivas sobre a pandemia, o que estaria desgastando sua imagem.
Além de Parscale, Trump conversou com seu conselheiro e genro, Jared Kushner, e com a presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês), Ronna McDaniel. Outros funcionários da Casa Branca também participaram das conversas, que aconteceram por meio de teleconferências.
Trump rejeitou moderar suas aparições, dizendo que as pessoas "amam" as entrevistas coletivas, que passam a imagem de que ele está lutando pelos americanos. A ofensiva publicitária, que tem início hoje e deve durar uma semana, enaltecerá o desempenho do presidente no gerenciamento da crise. Em seguida, segundo fontes, ele começará a atacar Biden em comerciais de TV.
A equipe de campanha começou a ficar mais preocupada nas últimas semanas, à medida que os encontros do presidente com a imprensa se tornavam mais combativos, a crise econômica se agravava e as mortes por coronavírus continuavam aumentando.
Há oito dias, Trump cometeu um novo deslize ao sugerir a injeção de alvejantes ou desinfetante para matar o vírus - provocando uma corrida do governo para tentar conter os prejuízos. (E.C.)