O Estado de São Paulo confirmou, nas últimas 24 horas, mais 87 mortes de pessoas por decorrência do coronavírus, atingindo um total de 695 óbitos. É o maior aumento de mortes registrado em um dia, desde que a doença chegou ao Estado. Ontem, em São Paulo, epicentro da Covid-19 no país, 9.371 casos estavam confirmados da doença.
Em entrevista coletiva realizada pela Secretaria Estadual da Saúde, o infectologista Paulo Menezes, um dos coordenadores do Centro de Contingência da Covid-19, afirmou que cerca de 50% dos leitos de internação do Estado de São Paulo já são ocupados por pacientes com a doença. "O número de leitos disponibilizado flutua muito. Em algumas condições, o hospital consegue liberar leitos que estavam sendo ocupados para outros casos, como por exemplo trauma (acidentes), e dedicar à Covid conforme eles são desocupados", disse. "A gente tem no Estado uma ocupação média de cerca de 50%, mas ela varia muito conforme a região do Estado, porque a epidemia está mais forte aqui no município de São Paulo e na Grande São Paulo", completou.
Em nota, a secretaria informou que há centros médicos em que esse percentual é até maior. "Alguns dos hospitais com maior percentual de uso da capacidade de leitos de Terapia Intensiva destinados especificamente para a doença, nesta data, são: Hospital Sancta Maggiore Higienópolis (83%), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (77%), Hospital Municipal do Tatuapé (77%), Conjunto Hospitalar do Mandaqui (76%) e Santa Casa de São Paulo (71%)", disse o texto.
Já são 183 cidades com pelo menos um caso e 73 municípios com no mínimo um óbito em São Paulo. O infectologista David Uip insistiu novamente na necessidade de distanciamento social. "Continua sendo vital e precisamos melhorar. É um desafio tanto nosso, na linha de frente, como da população. A população tem de ter responsabilidade de entender que isso é absolutamente fundamental", afirmou. Ele deu o próprio exemplo, contando que ficou isolado após a confirmação da Covid-19 e que a famílila não foi contaminada.
"Nós temos que nos aproximar de 70% de isolamento social. Quanto mais nos aproximarmos disso, mais nós conseguimos achatar a curva e menor é a pressão no sistema de saúde", disse Uip.
Sobre os testes que chegaram ontem a São Paulo, o presidente do Intituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a logística é centralizada e que serão distribuídos conforme a necessidade dos 34 laboratórios que compõem a rede. Segundo ele, existem mais laboratórios em processo de habilitação. "A perspectiva é que esse quantitativo seja suficiente para os próximos três meses", disse. A prioridade para realização dos testes são os óbitos, casos graves e profissionais da saúde.
José Henrique Germann, secretário da Saúde, disse que os municípios de maior risco são aqueles da região metropolitana, no interior do Estado e litorais. Ele afirmou que o Estado possui 7 mil leitos de terapia intensiva, sendo que cerca de 3,7 mil são para adultos e o restante se destina às áreas de pediatria e neonatal.