A conquista do Certificado de Qualificação Município Verde Azul pelas cidades de Mogi das Cruzes e Guararema, prêmio entregue pelo governo do Estado de São Paulo na semana passada, merece ser destacado, como, de fato, foi por este jornal. Afinal, ganhar destaque pelas atividades ligadas à natureza dentro de um universo de 645 municípios não é para muitos. Guararema figura na 21ª posição do Estado e Mogi das Cruzes está em 54° lugar.
Em uma escala de 0 a 100, a primeira conquistou 90,70 pontos e a segunda, 86,26. Com isso, ambas receberam o troféu Franco Montoro, que premia as melhores gestões ambientais no Estado. Guararema ocupa posição de destaque no ranking estadual há seis anos e Mogi garantiu o selo Verde Azul pelo segundo ano consecutivo.
A localização geográfica e as condições ambientais das cidades contribuem para o desenvolvimento de ações em favor da natureza. Guararema, por exemplo, tem um trabalho antigo de valorização do rio Paraíba, que corta a cidade, construindo rotas de passeios para turistas, como a conhecida do Pau D'Alho, e abrindo espaço para o turismo ambiental. Já Mogi das Cruzes dá uma atenção especial à serra do Itapeti, promovida há dois anos pelo Estado como Área de Proteção Ambiental (APA). Como retorno, os municípios garantem o recebimento de verbas estaduais para a implementação de novos programas e a continuidade dos já existentes.
Mais do que desenvolver programas voltados à conservação e manutenção de áreas de lazer, como parques e praças, é preciso levar os conceitos de ecologia, preservação e sustentabilidade às escolas, fornecendo material didático e conteúdo específico para as crianças, tornando-as, desde cedo, instrumentos de disseminação de defesa do meio ambiente.
A receita pode parecer simples, mas o princípio de conscientização coletiva deve partir das administrações públicas. Para isso, fortalecer as secretarias de Meio Ambiente, alimentando-as com verbas constantes e dando autonomia para sua atuação é fundamental para garantir conquistas na área.