Assim como é certo que o sol nasce a cada dia, era mais do que previsto que as chuvas causariam estragos na região. Não deu outra. Os quase cem milímetros de água que caíram no Alto Tietê, anteontem, deixaram ruas alagadas, entradas de prédios debaixo de água e linhas de trens que mais pareciam canais fluviais do que estradas de ferro. O pior disso tudo foi a morte confirmada de uma pessoa em Ferraz de Vasconcelos durante o temporal.
Em outros editoriais do Grupo Mogi News já havíamos chamado a atenção para os problemas que as fortes chuvas de verão causariam e a demora do poder público em realizar o desassoreamento de córregos e rios para a melhor fluidez de água. A impressão que fica é que depois de tudo o que aconteceu na quarta-feira, e que pode ocorrer em outros dias durante este verão, nada mais precisa ser realizado. Pessoas perderam automóveis, utensílios domésticos e tiveram a casa invadida pela água suja. Para elas, tudo já foi perdido, não há o que lamentar mais, é preciso recomeçar. Mas, o pior de tudo isso foi a morte confirmada de uma pessoa em Ferraz de Vasconcelos.
Está claro que a chuva veio acima do que se era previsto (isso sempre ocorre) e, construídas de forma desordenada, graças ao crescimento urbano, a água dos grandes temporais acaba ficando represada nos municípios, encontrando saídas em portas, janelas, já que os bueiros e rios não dão mais conta do avanço da enxurrada. Mas, o pior de tudo isso foi a morte confirmada de uma pessoa em Ferraz de Vasconcelos.
Na próxima semana, o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) deve se reunir com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente e o principal tema a ser discutido é, justamente, o desassoreamento dos rios e córregos da região. Mesmo assim, essa ação deverá ser feita somente na época de estiagem, na metade do ano. Até lá, a maioria das pessoas já terá esquecido da morte de uma pessoa em Ferraz de Vasconcelos durante o temporal de anteontem.