Que muitos brasileiros tem optado por morar em Portugal em busca de segurança, mais qualidade de vida e emprego, não é novidade. O problema é que essa mudança em massa já começa a refletir na qualidade dos serviços públicos do país, como a saúde.
Isso porque os brasileiros tem direito de usar o sistema público de saúde português em função de uma acordo bilateral existente entre os dois governos.
De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, a quantidade de solicitações dobrou em dois anos e o número de atendimentos para brasileiros bateu recorde. Segundo dados do Ministério da Saúde, até 1º de dezembro, foram 87.596 pedidos para utilizar o sistema de saúde de Portugal, cerca de 5 mil a mais do que o recorde do ano anterior. O resultado é mais do que o dobro do registrado em 2017 (40.721), e representa uma alta de 1.288% em relação aos documentos, os CDAM (certificado de direito à assistência médica), emitidos em 2012 (6.308).
Ainda conforme a publicação, a saúde pública de Portugal, tida como modelo de sucesso na Europa, tem enfrentado uma sucessão de problemas e queixas nos últimos meses, especialmente quanto à falta de médicos especialistas e às longas horas de espera.
Ao que tudo indica, Portugal já começa a sentir a alta taxa de imigração para o país. Sem o devido planejamento, a tendência é que essa situação se agrave, o sistema apresente cada vez mais falhas e o serviço tenha uma queda ainda maior na qualidade, assim como já ocorre no Brasil.
A logística dessa imigração desenfreada é muito simples e pode ser vista, de certa forma, aqui mesmo na região. Conhecido como o "primo rico" do Alto Tietê, Mogi acaba ficando com seus hospitais sobrecarregados em função de pacientes da região que não encontram atendimento de qualidade em suas cidades.
O município já precisou suspender o atendimento na Santa Casa, por exemplo, até que a superlotação dos leitos acabasse. As vezes é preciso cortar o problema na raiz, resta saber se o mesmo acontecerá um dia em Portugal.