Permitam-me partilhar um momento bastante íntimo.
No fim de semana, orgulhei-me de meu Frederico que, no auge de seus quatorze anos, conquistou faixa preta em caratê, modalidade kyokoshin, que tem o shihan Furlan como autoridade entre nós.
Veio-me à mente, todo um filme, a relembrança de um passado não muito distante, quando, cheirando a fraldas e recém liberto da chupeta, com seu quimono arrastando-se pelo chão o menininho adentrou pela primeira vez os tatames.
Optei pelas artes marciais não com o fito de formar mais um "brigador destemido", desses que nas noites indormidas, aproveitam-se das contínuas visitas às baladas para, pavoneando-se de seus feitos, exibirem-se aos outros frequentadores, agredindo indefesos garotos, infelicitando, por vezes, lares.
Optei pelas artes marciais, não objetivando as conquistas em competições, a soberba que, em muitas ocasiões, a vitória traz, o deslumbre com os passageiros aplausos.
Ao contrário, em minha limitada condição de pai, por mais aplicado que seja à tarefa, quis dividir a missão de bem educar com outros, conhecedores de conceitos que a mim fogem, disciplinadores quando necessário, líderes por excelência.
E, fico feliz, por não ter me enganado, por permitirem os fados que semeasse em seara fértil!
Em época na qual tudo e todos são contestados; em instante nacional em que - destacam cotidianamente os jornais - os conselhos professorais não são acatados; o moleque se destaca pela educação que o identifica, pelo caráter que já se forja, pela obediência aos mais experientes.
Visão por demais benigna do genitor? Talvez! Mas, nesse já percorrido trilho, que cada vez mais se afunila, em que se aproxima célere a última curva do derradeiro caminho, aprendi a conhecer um pouco da natureza humana, a ponto de, mesmo embevecido, poder opinar.
O galardão conquistado significa muito mais que mera promoção!
Obrigado aos que foram os responsáveis por ele!