Escaldado pelo ocorrido nas eleições americana e brasileira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através de uma minuta de resolução, apresenta um mecanismo que pretende coibir o compartilhamento de notícias falsas nas eleições municipais. As resoluções são normas que norteiam a atuação da Justiça Eleitoral durante as eleições. Com isso, o TSE quer responsabilizar candidatos e campanhas pelo compartilhamento de informações falsas durante o processo eleitoral.
Um dos artigos presente no documento sobre propaganda eleitoral, mais precisamente o artigo 9, diz que a utilização de informações veiculadas por terceiros "pressupõe que o candidato, partido ou coligação tenha procedido à checagem da veracidade e fidedignidade". É com base nesse pressuposto que eles serão responsabilizados.
Existe uma enorme preocupação do tribunal com as fake news em 2020. Como estamos falando de um processo eleitoral municipal, a ocorrência de fake news poderia se intensificar muito mais do que na eleição passada.
Não podemos nos esquecer de que estamos vivenciando um momento muito particular no que se refere ao comportamento das pessoas diante das informações. As pessoas que compartilham notícias falsas, muitas vezes com montagem de imagem para tentar dar credibilidade ao fake pertencem a dois grupos. O das pessoas que ignoram que a informação é falsa (os ignorantes) e o daqueles que fazem com consciência da sua falsidade (os sem caráter).
O uso da mentira como instrumento de poder não é uma novidade na história da humanidade. Em diversos momentos essa prática foi observada, com um destaque para o período do nazismo na Alemanha.
O caso da política é particularmente instigante. Muitos outros entram na vida política para, com mentiras e teorias da conspiração, propagar o que carece de comprovação. Mais ainda, eles querem apresentar a política como uma atividade apolítica.
Com a difusão das redes sociais, cada smartphone ou computador pode se converter em púlpito da imbecilidade