O artista brasileiro MC Gui postou vídeo onde aparece rindo e filmando a aparência de uma menina em um trem, dentro de um parque americano. A menina, fantasiada de uma personagem de desenho animado, usava uma peruca e não tinha as sobrancelhas.
A menina percebeu que estava sendo filmada e que o MC e seus companheiros riam dela. Olhava constrangida para janela e rapidamente para a câmera que lhe era apontada e, em dado momento, chegou a ajeitar a peruca imaginando que assim cessaria a filmagem e os risos. O rosto da menina revela o desejo contido de chorar, mas parece forte, humilhada e constrangida, mas sem chorar ela é forte e espera que aqueles segundos acabem logo. MC ri e filma.
A menina teve câncer e em razão do tratamento perdeu os cabelos e as sobrancelhas, por isso usa uma peruca de brinquedo, parte de sua fantasia e que não era capaz de cobrir perfeitamente a sua careca, efeito colateral do tratamento. A repercussão negativa foi tão intensa que o MC Gui fez um vídeo justificando sua conduta, não colou. Sofreu inúmeras críticas de famosos e de anônimos, perdeu shows, perdeu a venda de produtos e esse é só o começo de um longo caminho de perdas por seu ato inconsequente, reprovável e revoltante.
Quem vê o vídeo pode sentir a dor da criança, está estampada. A família talvez não tenha percebido apenas o alvo da chacota, percebeu, e como, que ela sofreu quieta e indefesa. Talvez já calejada pelo tratamento a que foi submetida não conseguiu chorar, afinal, estava ali para se divertir. O caso só veio à tona porque o próprio MC resolveu postar seu gracejo.
O Tribunal Virtual já condenou MC Gui, mas onde ele cometeu o ilícito, em solo americano, o gracejo poderá lhe custar muito caro, a repercussão social e a divulgação indevida e não autorizada da imagem de constrangimento da criança pode gerar consequências jurídicas graves. Fica a lição, figura pública deve zelar pela própria imagem e nunca violar a imagem de ninguém, principalmente a de uma criança que acaba de passar por um tratamento contra o câncer.