O assunto é recorrente, mas não deve deixar de ser abordado - o caso das mortes de motoristas de aplicativo na região. O saldo já é conhecido: três homicídios em apenas um mês nas cidades de Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba, mas, como já cobrado em editoriais anteriores do Grupo Mogi News, alguma atitude em relação a melhoria da segurança desses profissionais deveria ser feita.
A boa notícia é que algo começa a ser costurado entre a Polícia Militar do Alto Tietê e o sindicato da categoria na região. Durante esta semana, o comando do 35º Batalhão de Itaquaquecetuba promoveu um encontro com os motoristas da cidade para buscar estratégias que permitam ao profissional trabalhar com mais segurança. Um dos pontos interessantes abordados durante o encontro, na sede do batalhão, tratava justamente sobre a necessidade de a polícia acompanhar os casos na mesma velocidade em que as plataformas digitais evoluem, trocando em miúdos, um novo tipo de crime merece um novo tipo de combate.
Pode parecer pouco, mas reconhecer que ainda é preciso criar mecanismos para fazer frente a uma nova modalidade criminal é o primeiro passo para combatê-la. Serão necessários estudos para tentar compreender como esses criminosos agem, além de orientar os condutores a reconhecer os sinais de que uma chamada para corrida pode se tratar de um crime.
Encontros como este devem ocorrer em outros batalhões. Eles mostram a preocupação da polícia diante de uma nova prática delituosa, e também indicam que os motoristas estão ansiosos por uma solução.
Há outro tópico que precisa ser levado em consideração: celeridade. Sabemos que para traçar estratégias é preciso de dados estatísticos, e isso só se consegue com números e tempo, o que pode dificultar a velocidade na criação de uma nova forma de combate ao crime. É claro que os motoristas têm pressa, mas até que uma modalidade mais recente e eficiente de combate não seja empregada, os profissionais precisam prestar atenção redobrada. Na dúvida, recuse a chamada.