No Brasil há milhões de consumidores e, uma diferença que existe entre duas classes específicas, é que uns se sentem satisfeitos de serem considerados pelas leis brasileiras como "coitadinhos" e outros rejeitam esses rótulos e manifestam-se prontos a responder sozinhos por si, sem receber bem o que entendem ser uma superproteção do Estado.
Estou dentre estes últimos, mas compreendo que a maioria se pergunte: por que não aceitar de bom grado o excesso de proteção se não parte de mim a exigência? Esta análise é superficial e, em regra, não é esse tipo de avaliação que gera conclusão confiável. Sem me aprofundar, diria que um fornecedor preparado num "mercado" que muito protege o consumidor, aumentará o seu preço para prevenir desistências, devoluções, indenizações, condenações e afins. Enfim, os produtos tendem a custar mais para todos, por causa do excesso de supostos privilégios concedidos ao consumidor, em detrimento do fornecedor que, em parte, tem tanta ou menos capacidade financeira proporcional do que o próprio consumidor.
Ora, os encargos estão sobre todos, desde a multinacional até à microempresa. Se por um lado o país está infestado de negociantes oportunistas e exploradores que implicam alguma proteção ao consumidor, o excesso dessa proteção significa tantos custos ao Estado e preventivos ao fornecedor, de modo que os bons preços médios ficam longe da realidade. O sistema regulador ficou tão complexo que agora é difícil sair do atual modelo, o qual, no fim, onera o consumidor, não privilegia a boa produção e só serve para manter um Estado inchado.
Se tivéssemos a grande maioria do povo preparada, bem-educada, esta estaria, também, totalmente, apta a negociar com quem quer que fosse, sem medidas protetivas tão onerosas, mantendo o mercado com preços melhores. Bem, criou-se um aparato volumoso, caro e ora difícil de ser removido. Se não dá para haver mudanças abruptas, que haja gradativas, então! É isto que o atual governo tenta fazer!