O relatório da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), divulgado com exclusividade pelo Mogi News no domingo passado, parece que ainda não ganhou a importância necessária na cidade. Trata-se do planejamento de grandes obras viárias propostas em trechos municipais, que afetarão diretamente a vida dos mogianos e de quem se utiliza dos serviços oferecidos. Mais temeroso do que o pedágio que está sendo discutido para ser instalado no km 45 da rodovia Mogi-Dutra (SP-88), essa parte do projeto de concessão das rodovias - que inclui alterações drásticas nas ruas da cidade, com novos viadutos, pontes e passarelas - irá mudar, caso seja concretizado, o visual de Mogi das Cruzes e a maneira de locomoção das pessoas.
Ótimo para os turistas que utilizam a cidade como passagem para chegar com mais conforto ao litoral. Muito bom também para o governo do Estado, que deverá ser elogiado pela gama turística. Mas, talvez, não tão bom para a população que aqui vive ou trafega pelo município diariamente. O mesmo foi dito por um dos engenheiros responsáveis pelos projetos da Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga (SP-98), o renomado Jamil Hallage, 92 anos, sobre o pedágio na Mogi-Dutra, também em reportagem exclusiva do Mogi News, no domingo passado: para ele, a rodovia não tem perfil para receber uma praça de pedágio.
Ontem, o nosso repórter Felipe Antonelli conversou com o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD), que garantiu que a proposta de implantar pedágio na Mogi-Dutra não vai vingar. Endossando o pensamento da população, Prefeitura e Câmara de Mogi, há tempos não víamos uma proposta tão esdrúxula como esta: pedagiar uma rodovia para beneficiar outra, no caso a Mogi-Bertioga.
Enquanto essas obras estaduais poderão invadir Mogi, o município vai continuar, por exemplo, com as passagens de nível, que atrasam demais o desenvolvimento da cidade. O assunto ainda é fresco e muita coisa pode mudar, mas é bom a população ficar por dentro. Esse também é o momento de ficar de olho na classe política, e perceber quem são aqueles que irão lutar por melhorias para os mogianos e não para os turistas.