Itaquaquecetuba, que já figurou entre as cidades mais violentas do Estado de São Paulo e por vezes liderou o ranking do Alto Tietê como sendo aquela que mais contabilizava casos de assassinatos, agora, mostra um outro lado. Enche o peito e estampa a página do jornal mostrando que a queda, este ano, nos casos de homicídios dolosos - quando há intenção de matar - foi de 56%.
Os dados foram divulgados anteontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Segundo levantamento, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, Itaquá registrou dez assassinatos. No mesmo período do ano passado, o município contabilizou 23 casos.
Talvez Itaquá esteja acompanhando uma tendência que vem sendo notada em todo o Estado. Dados da SSP mostraram que houve queda de 3,38% no território paulista. No entanto, a comparação neste caso é entre os meses de agosto deste ano e agosto de 2018. Eram 224 mortes e este ano foram 203. Segundo o governo, trata-se do menor número da série histórica.
Mas a que se deve esta redução? Quem são os verdadeiros responsáveis por frear a escalada das mortes violentas, não só no Estado de São Paulo, mas em várias cidades brasileiras? Especialistas dizem que a diminuição dos conflitos entre as grandes facções criminosas do país, que coordenam ações de dentro e de fora de presídios, pode ser um fator importante no arrefecimento dos homicídios. Talvez esta suposta "calmaria" seja atribuída, em primeiro lugar, aos próprios comandos dessas agremiações do crime e não somente e exclusivamente fruto de uma ação específica do governo no combate à delinquência.
Uma coisa é certa: seja quem for o responsável pela queda nas estatísticas criminais, quem sai ganhando com a sensação de mais segurança é a população que, diante de uma notícia desta magnitude, volta a sentir um ponto de esperança diante de tanto revés. E que Itaquaquecetuba continue puxando a fila da queda na violência e, levando consigo, as outras nove cidades da região.