As redes sociais voltaram a se destacar pelos embates políticos e ideológicos. Internautas da região do Alto Tietê entraram na discussão sobre o episódio ocorrido na última terça-feira, quando um atirador de elite abateu o homem que mantinha quase 40 passageiros de um ônibus reféns, na ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro. Willian Augusto da Silva, de 20 anos, tinha uma arma de brinquedo, uma de choque, uma faca e gasolina em frascos, com a qual teria montado coquetéis molotovs (uma espécie de bomba feita com o líquido inflamável, garrafa de vidro e tecido).
De um lado, há um grupo de internautas enxovalhando de críticas a ação do governo do Estado do Rio, censurando a atitude do governador do Estado, Wilson Witzel, que chegou ao local dos fatos, a bordo de um confortável helicóptero, comemorando. Do outro, há os que exaltam o desfecho, apoiando o abatimento do sequestrador, relacionando a morte ao cancelamento de mais um Cadastro de Pessoa Física (CPF) - documento emitido pela Receita Federal e que serve para identificar contribuintes.
O sequestrador não recolheu os pertences de ninguém, tanto que boa parte dos passageiros postou fotos em redes sociais e seguiu conversando com amigos e familiares por meio de mensagens instantâneas durante o cárcere. Willian Silva, segundo testemunhas, não ameaçou ninguém de morte. Pendurou frascos (parte de garrafas PETs) com gasolina pelo ônibus, numa espécie de varal. Ele também deixou claro que não tinha a intenção de se entregar e, de acordo com o relato de alguns passageiros, o jovem dizia a todo momento que "queria apenas entrar para a história".
A polícia fez a sua parte. Deu início às negociações - gerenciamento de crise. E posicionou os atiradores. O objetivo, como agentes do Corpo de Bombeiros que chegam ao local de uma tragédia, é preservar a vida de inocentes. E assim foi feito. Silva desembarcou do ônibus e jogou uma mochila. Não deu sinais que iria se render e, antes mesmo de retornar ao coletivo, foi abatido e caiu morto. Os reféns estavam livres. Trinta e sete vidas preservadas. A polícia agiu certo.