Polêmicas têm surgido por causa da eventual liberação de novos defensivos agrícolas no Brasil e, por conta disso, afirmações grosseiras e rasteiras também permeiam o assunto, revelando, em parte, ignorância e, em parte, má intenção. Se analisarmos a questão a partir da terminologia oficial adotada pelas leis brasileiras, já fica claro o viés que se quer dar: "agrotóxicos"! É claro que quando se nomeia algo com um sentido negativo claro, o incauto vai, automaticamente, desejar a condenação do seu uso.
Ocorre que a cada dia que passa a população mundial cresce e é dever da sociedade como um todo, criar boas condições para alimentar esse povo e, portanto, produzir alimentação em larga escala mas, sem lançar mão de técnicas que otimizem ou protejam a produção, isso é impossível. Hoje são muitos os adeptos da alimentação natural orgânica, a que não admite os defensivos em sua produção, mas é evidente que sua produção e produtividade são muito mais difíceis, caras e limitadas, além de ainda não impedirem as contaminações, as quais podem ocorrer e já ocorreram diversas vezes, implicando, inclusive, mortes.
Condenar os defensivos agrícolas é temerário, especialmente, considerando o apertado crivo que há para a sua homologação e permissão de uso. Primeiro, há que se considerar a exigente legislação de base, depois, os diversos órgãos que controlam e fiscalizam as aplicações, quais sejam a Anvisa na avaliação toxicológica, o Mapa na avaliação agronômica e o Ibama na avaliação ambiental e, por último, a ação da profissão regulamentada na prescrição dos defensivos, ou seja, a dos engenheiros agrônomos que têm o dever de prescrever os receituários de aplicação dos defensivos que nunca deve ocorrer de forma isolada, mas, em regra, num contexto de MIP (Manejo Integrado de Pragas).
Apesar da gritaria de alguns, o fato é que o Brasil é rigoroso nesse quesito e hoje utiliza, proporcionalmente, menos defensivos do que vários países desenvolvidos do mundo como Japão e Estados Unidos, por exemplo. Atenção e cautela!