O grupo "Bora Itaquá", formado por moradores de Itaquaquecetuba, propôs à câmara que seja criada uma lei complementar para que a licitação para a contratação da próxima empresa que irá gerenciar o transporte no município não ocorra sem antes ouvir os principais interessados no assunto: os usuários do sistema de ônibus municipal. Dessa maneira, no melhor dos mundos, os anseios dos passageiros seriam atingidos de forma mais ampla. Entre esses pedidos estão a redução da tarifa - que para o grupo deve acompanhar o rendimento médio de um morador da cidade - e a instalação do sistema de bilhete único, que permite a integração entre os ônibus, pagando uma tarifa menor ou, até mesmo, utilizando o segundo coletivo de forma gratuita.
Nada mais justo. Os usuários são quem utilizam o serviço todos os dias, por isso conseguem identificar onde o calo aperta. Ouvir a população sobre as diretrizes que devem ser tomadas na hora de elaborar uma licitação para contratar uma nova empresa parece ser o melhor caminho. Dada a complexidade do serviço, a decisão, embora haja uma licitação para isso, não deve ser tomada apenas pelo Executivo. Outro ponto interessante na proposta é que os projetos das empresas sejam apresentados por meio de audiência pública.
A ação pode dar certo e deve garantir uma melhor participação das pessoas na decisão da prefeitura. Como transporte é de interesse da maioria, é possível que haja um maior engajamento de todos no processo.
Esse tipo de iniciativa, mesmo se não vingar em Itaquá, poderia ser utilizada em outras cidades, em diversos segmentos, como na saúde. É claro que os vereadores estão aí para fiscalizar o bom funcionamento, mas quando se trata de serviços terceirizados pelo poder público e utilizados de forma maciça pela população, é preciso envolver mais pessoas na discussão e na decisão a ser tomada.
Tomara que esse projeto possa seguir adiante e gerar frutos, sendo copiado em outros municípios para outros assuntos de interesse público.