Dentre os 11 livros publicados pelo historiador Isaac Grinberg, a obra que mais traz riquezas para o tempo atual, segundo o pesquisador e professor Rodrigo Basílio, é o livro "Memórias Fotográficas de Mogi das Cruzes". "Mostra uma cidade "não oficial", não aquela que está nas atas do poder público, mas sim a cidade de quem, de fato, construiu o município. E quem fez isso foi o vaqueiro, o pequeno camponês, e por aí vai", destaca Basílio. "Pode ser que seja a obra mais sólida e interessante dele, pois representa um olhar da década de 1930, 1940 e 1950, que nos permite enxergar as transformações da cidade", conclui.
O vasto e rico acervo sobre Mogi das Cruzes, organizado por Grinberg, colaborou para que a cidade tenha sua história tão bem contada, diferentemente de vários outros municípios do país. "Mogi pode até ser um pouco marginalizada pelo poder público, mas é inegável que deter um acervo histórico dessa magnitude é algo significativo", opinou o historiador.
Para a montagem desse grande material histórico, Grinberg contou com ajuda de muita gente que passou a doar fotografias antigas e documentos que relatassem a história de Mogi. O acervo montado por Grinberg conta com livros de sua autoria que narram a história de Mogi, cartografias, atas da Câmara Municipal, jornais antigos e fotos.
Responsabilidade
A riqueza no acervo construído por Grinberg fez com que a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp) se interessaram em zelar pelo arquivo, entretanto, por um pedido do próprio historiador, a família decidiu empossar a Prefeitura de Mogi das Cruzes como mantenedora do acervo. (M.Q.)