A Embaixada da China divulgou uma nota na sexta-feira em que exalta o histórico de boa relação biletaral com o Brasil. O texto foi publicado horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgar o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020, entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua equipe.
Por decisão da Corte, as menções a países na reunião foram mantidas em sigilo, mas o Estadão mostrou que o presidente afirmou que o serviço secreto chinês teria agentes infiltrados em ministérios brasileiros. Outra menção à China se deu na fala do ministro Paulo Guedes, da Economia. Ele defendeu que o país asiático deveria financiar um "Plano Marshall" para ajudar todo mundo que foi atingido pelo coronavírus.
A embaixada não faz nenhuma menção à reunião divulgada pelo STF em sua nota. "A China mantém-se com o maior parceiro comercial do Brasil há onze anos consecutivos e é uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país", disse a embaixada. "A relação bilateral na área econômica e comercial sempre tem sido norteada pelos princípios de respeito recíproco, igualdade, benefício mútuo e cooperação ganha-ganha e tem contribuído efetivamente para o crescimento conjunto de ambas as partes, trazendo benefícios reais para os dois povos."
A embaixada falou da atuação da China em meio à pandemia do coronavírus. "Com abertura e transparência e alto senso de responsabilidade, a China notificou as informações à OMS e a outros países como o Brasil, compartilhou, sem reservas, experiências de prevenção, controle, diagnóstico e tratamento e engajou-se na cooperação internacional para combate à pandemia".
A declaração de Bolsonaro sobre a China na reunião se deu enquanto ele falava de seus ministérios. "Em alguns ministérios têm gente deles plantando aqui dentro, né? Então não queremos brigar com os chineses (cortado pelo STF), zero briga com a China (cortado pelo STF). Precisamos deles para vender? Sim. Eles precisam também de nós."