O Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi (rua Benjamin Constant, 682 – Centro) inaugurou na terça-feira (8) a exposição “Abril Indígena - Miniãs: Os Guardiões dos Instrumentos”, com curadoria do multiartista indígena Anderson Kary Báya. A mostra segue até 30 de abril (quarta-feira), de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, e faz parte das ações de valorização e preservação das culturas originárias promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura.

A exposição traz uma imersão no universo dos Miniãs, guardiões dos instrumentos musicais utilizados em rituais festivos e sagrados dos povos do Rio Waupés, no Amazonas. Segundo a tradição indígena, esses rituais incluem o Dabucuri — celebração de fartura e comunhão — e cerimônias como o rito de iniciação de menino para homem, batismos e casamentos. As máscaras e vestimentas dos Miniãs, feitas de fibras naturais, madeira talhada e algodão cru, são reservadas exclusivamente a xamãs, que se tornam guardiões autorizados a participar dos rituais após um intenso processo de aprendizado espiritual.

As obras expostas reinterpretam os rostos dos Miniãs a partir da visão artística de Báya, que mescla a tradição indígena com uma linguagem contemporânea. A iniciativa busca preservar e divulgar a cultura indígena, oferecendo ao público uma experiência sensorial e reflexiva sobre o sagrado e o espiritual nas culturas originárias.

A mostra faz parte das celebrações do “Abril Indígena”, mês dedicado à valorização das culturas indígenas em todo o País. Em Suzano, a iniciativa reforça o compromisso com a preservação e a difusão das tradições ancestrais, fomentando o diálogo entre culturas e gerações.

“É importante para nossa cidade receber o trabalho de Anderson Kary Baya, que realiza apresentações em todo o Estado de São Paulo, sendo morador de Suzano. Queremos que o município também tenha a oportunidade de conhecer seu trabalho”, destacou a coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura, Aline Baliberdin.

Para o secretário José Luiz Spitti, a exposição representa um marco na valorização da cultura indígena em Suzano. “Queremos promover um encontro com a sabedoria e a espiritualidade dos povos originários, proporcionando uma oportunidade única de aprendizado e respeito pela diversidade cultural brasileira”, destacou o chefe da pasta.